sexta-feira, 27 de junho de 2008

Coréia do Norte destrói reator nuclear


A Coréia do Norte destruiu nesta sexta-feira o reator nuclear de Yongbyon para, segundo o governo, demonstrar que o país está disposto a prosseguir com o desarmamento nuclear.
As imagens da demolição deverão ser divulgadas em breve, mas testemunhas internacionais presentes no ato já confirmaram que a torre de resfriamento foi demolida. Para muitos analistas, a medida é vista como um gesto simbólico, pois não significa necessariamente o fim do programa nuclear norte-coreano.
A ação ocorre um dia após a Coréia do Norte ter entregado à China uma declaração descrevendo detalhes do programa nuclear.
Em resposta ao relatório, o presidente dos Estados Unidos George W. Bush, concordou em levantar algumas das sanções e retirar a Coréia do Norte da lista de paises que apóiam o terrorismo.
Bush disse que o processo levará pelo menos 45 dias e só será completado se for constatado que são verdadeiras as informações contidas no documento.
A saída da lista de países que apóiam o terrorismo permitirá à Coréia do Norte receber auxílio de instituições internacionais como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional.

Vergonhosa
Entretanto a atitude não é unânime entre os diplomatas americanos. Para o ex-enviado às Nações Unidas, John Bolton, a decisão é "vergonhosa".
Bolton sugeriu que o acordo era uma capitulação aos norte-coreanos e representava o "colapso final" da política externa da administração Bush.
"A Coréia do Norte recebeu um enorme presente de legitimidade política em troca de uma declaração que nós nem podemos verificar", afirmou Bolton.
Mas segundo Bush, mesmo após a mudança, a Coréia do Norte "continuará sendo uma das nações com maiores sanções no mundo".
Outros analistas, porém, acreditam que as negociações de desarmamento da Coréia do Norte ganharam novo fôlego com os últimos acontecimentos.
As negociações do grupo dos seis países - China, Japão, Estados Unidos, Rússia e Coréia do Sul e Coréia do Norte - estavam em compasso de espera há mais de 16 meses, quando um acordo foi alcançado. No entanto, o acordo não vinha sendo cumprido.
Apesar de terem concordado em trocar auxílio energético e humanitário pelo desarmamento, os norte-coreanos e os outros cinco paises não vinham cumprindo os prazos e entregas como estava previsto.
A Rússia sugeriu aproveitar o bom momento para retomar os encontros muito em breve, possivelmente ainda na próxima semana.

Progresso
Embora analistas afirmem que a destruição do reator em si não é um grande progresso, a ação está recebendo mérito por seu valor simbólico.
A Coréia do Norte concordou em desativar Yongbyon como parte do acordo assinado em fevereiro de 2006.
A entrega do documento listando detalhes do programa também estava prevista no mesmo acordo.
A declaração foi entregue na quinta-feira a diplomatas chineses. Representantes dos outros quatro países também receberam cópias do documento.
O relatório deveria ter sido entregue há pelo menos meio ano atrás e não é sabido ainda se o conteúdo dele satisfará às expectativas das todos os países envolvidos nas negociações.
O documento deve tratar das atividades de produção de plutônio, que já é do conhecimento dos demais países.
Mas o dossiê não abordaria, porém, outros pontos cruciais, como um possível programa de enriquecimento de urânio e detalhes sobre o compartilhamento de tecnologia atômica com países rivais aos Estados Unidos, como a Síria.
"Nós continuamos preocupados com o desrespeito aos direitos humanos na Coréia do Norte, com o enriquecimento de urânio, com o teste e proliferação de armas nucelares, com os programas de mísseis balísticos e a ameaça que isso tudo representa à Coréia do Sul e aos outros vizinhos", concluiu Bush.

1958 50 anos do 1º titulo mundial


O telefone de Dino Sani toca sem parar. Faz 50 anos que o Brasil levantou sua primeira taça em uma Copa do Mundo e a efeméride faz com que as estrelas da conquista reapareçam para o público. As lembranças deste volante, um dos melhores que o futebol nacional viu brotar, já não são as mesmas. Mas de uma coisa Dino tem certeza: a glória na Suécia é até hoje a mais importante da seleção brasileira. - A Copa de 58 é a mais importante de todas. É a primeira, o início de tudo. Hoje é normal o Brasil vencer, mas aquele título é especial. Além do mais, ganhamos na Europa. Pena que já foi… - diz o ex-volante, lamentando os anos em que ficou no ostracismo.

. Clique aqui e confira o site especial da Copa de 1958 Aos 76 anos, Dino Sani tem pouquíssimas memórias do jogo final, diante da Suécia. - Faz 50 anos, né? A gente fica esquecido tanto tempo, mas agora é entrevista todo dia. O telefone toca o tempo todo, o mês inteiro. Eu fui campeão do mundo, e essa é a lembrança que eu guardo. Do jogo mesmo eu não me recordo de nada, nenhuma jogada. Só se eu pegar algum video. Só me toquei que já faz 50 anos quando começaram a me ligar. O povo só lembra mesmo é da última conquista sempre, que é a que fica na cabeça – conta, resignado.


A Copa de 58 fez o mundo descobrir o Brasil. E o sucesso na competição foi fruto de um trabalho organizado, para compensar a bagunça das edições anteriores. A intenção nem era mais vencer, mas sim ter um bom desempenho para apagar as más impressões de 50 e 54. - Foi a primeira vez que tudo foi feito de uma forma decente. Tínhamos dentista e até psicólogo. Nós fazíamos testes em um papel antes das partidas. Entregávamos a folha para o médico e aí ele se virava – lembra Dino. A tarefa era semelhante ao que hoje é aplicado aos aspirantes a motoristas.
Um psico-teste, onde era necessário completar desenhos e equações. Um dentista no meio da delegação também era novidade. - Eu não precisei arrancar nenhum dente, mas vários jogadores perderam os dentes e colocaram até dentadura – explica.
Dino Sani foi campeão mundial com um dos melhores meio-de-campo da história, com Vavá e Didi, que esbanjavam elegância no campo quando atuavam. Hoje, o ex-volante lamenta a falta de qualidade no setor de criação da seleção de Dunga. - Tem jogador que simplesmente não pode usar a camisa da seleção. Nosso futebol está triste e muito ruim tecnicamente. Hoje, o que nós vemos são gladiadores e pedreiros no nosso meio-campo. Arrancaram o coração da seleção e mataram o Brasil – desabafa. Por isso, uma ausência em um Mundial, algo inédito para o Brasil desde a criação do torneio, serviria, na visão de Dino, um bom remédio para acabar com a impáfia do futebol brasileiro. - Bobeia para ver se o Brasil não fica fora da Copa. Mas eu acho até bom, porque eles serão obrigados a tomar jeito. Na minha época, jogo contra a Venezuela a gente vencia de seis, sete, nove… É brincadeira? Se nós ficarmos fora do próximo Mundial, seremos obrigados a mudar o que está aí – finaliza.